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"De conto em conto... se ganha um ponto"

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Testemunhos 

Nota: Para preservar a privacidade dos utentes, os seus nomes foram modificados.

D. ????

Quando mostrámos as fotos de Viseu, o Sr. “José” disse “conheço Viseu como a palma da minha mão”, rindo-se e apontando para a mão. Pareceu-nos bastante seguro e convencido de si mesmo.

Estávamos a falar com outros utentes sobre as razões de permanecerem no lar e a D. “Graça” afirmou “se cair já não me levanto”, aborrecida pelo facto de não estar em casa dela, apesar de reconhecer que no lar está segura e bem cuidada.

Na altura em que estávamos a mostrar a foto da venda do leite, de porta em porta, a D. “Berta” disse “no meu tempo, o leite era vendido nas portas e quem queria, que fosse lá comprar”, recordando o seu passado com um certo brilho no olhar.

A D. “Carla” vendo a imagem de senhoras a ir buscar água com cântaros ao rio disse “Antigamente íamos ao rio buscar a água e, quando estávamos a voltar, deixávamos os cântaros cair de propósito para vermos os meninos e namoriscar”, referindo que ainda se lembrava que um dos meninos se chamava Diogo.

O Sr. “António”, enquanto falávamos sobre o que tinha feito na vida, disse orgulhoso “o que mais valorizo de quando trabalhei na Galp como motorista foram os ensinamentos que me deram”, revelando que não tinha tido a oportunidade de estudar.

Enquanto contávamos um dos contos que falava de almas penadas, a D. “Gina” disse a chorar “Você acredita nisso menina? A minha mãe depois de partir veio cá pedir-me que lhe cumprisse as promessas, mas só cá veio uma vez.” Ao ouvir isto, fiquei estupefacta e pensei “Será que existe vida depois da morte… ou terá sido apenas um sonho…ou saudades da mãe…?”

Foi uma manhã muito bem passada e enriquecedora, onde pudemos conviver e aprender muitas coisas com eles, falando das suas vidas e das suas vivências passadas.

Beatriz Santos nº5 / Inês Galante nº10 / Mariana Alves nº14

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